Notícias

Cavalo avaliado em R$ 12 milhões morre por possível ração contaminada em Alagoas

Por Redação 13/07/2025 14h02
Cavalo avaliado em R$ 12 milhões morre por possível ração contaminada em Alagoas
Cavalo avaliado em R$ 12 milhões morre por possível ração contaminada em Alagoas - Foto: .

Um dos cavalos mais valiosos da raça Mangalarga Marchador no Brasil morreu no município de Atalaia, em Alagoas, vítima de uma suspeita de envenenamento alimentar provocado por ração contaminada. O animal, conhecido como Quatum de Alcateia, pertencia ao renomado criatório Nova Alcateia, que enfrenta a pior crise de sua história após a perda de dezenas de outros cavalos em condições semelhantes.

Segundo informações divulgadas pelo próprio haras, 69 cavalos já morreram no local com sintomas compatíveis com intoxicação grave. A direção do criatório classifica o episódio como a maior tragédia em seus 50 anos de existência. O caso está sendo investigado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que já identificou, em laudos preliminares, a presença de alcaloides pirrozilidínicos — principalmente a monocrotalina — em amostras da ração utilizada.

Essas substâncias, altamente tóxicas para equinos e outros mamíferos, são normalmente associadas à contaminação por plantas venenosas misturadas, acidentalmente, durante o preparo dos alimentos. Os efeitos relatados nos animais incluem desorientação, mudanças de comportamento, dificuldades motoras e sintomas neurológicos severos.

“Desde os primeiros sinais de contaminação, adotamos todos os protocolos sanitários e veterinários possíveis. Mas a toxina é tão agressiva que as tentativas de reverter os quadros clínicos têm sido, infelizmente, ineficazes”, lamentou o Haras Nova Alcateia em nota oficial.

O problema, no entanto, não está restrito a Alagoas. De acordo com dados atualizados do MAPA, já foram registradas 650 mortes de cavalos em diferentes estados do país. Outros 367 animais seguem em tratamento intensivo e 212 estão sendo monitorados por equipes clínicas.

A investigação federal continua com a coleta de amostras de rações comercializadas nacionalmente. Os materiais estão sendo analisados por laboratórios oficiais, que tentam rastrear a origem da contaminação e apurar falhas nas etapas de produção, armazenamento ou transporte do produto consumido pelos criatórios.