Notícias
Cavalo avaliado em R$ 12 milhões morre por possível ração contaminada em Alagoas

Um dos cavalos mais valiosos da raça Mangalarga Marchador no Brasil morreu no município de Atalaia, em Alagoas, vítima de uma suspeita de envenenamento alimentar provocado por ração contaminada. O animal, conhecido como Quatum de Alcateia, pertencia ao renomado criatório Nova Alcateia, que enfrenta a pior crise de sua história após a perda de dezenas de outros cavalos em condições semelhantes.
Segundo informações divulgadas pelo próprio haras, 69 cavalos já morreram no local com sintomas compatíveis com intoxicação grave. A direção do criatório classifica o episódio como a maior tragédia em seus 50 anos de existência. O caso está sendo investigado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que já identificou, em laudos preliminares, a presença de alcaloides pirrozilidínicos — principalmente a monocrotalina — em amostras da ração utilizada.
Essas substâncias, altamente tóxicas para equinos e outros mamíferos, são normalmente associadas à contaminação por plantas venenosas misturadas, acidentalmente, durante o preparo dos alimentos. Os efeitos relatados nos animais incluem desorientação, mudanças de comportamento, dificuldades motoras e sintomas neurológicos severos.
“Desde os primeiros sinais de contaminação, adotamos todos os protocolos sanitários e veterinários possíveis. Mas a toxina é tão agressiva que as tentativas de reverter os quadros clínicos têm sido, infelizmente, ineficazes”, lamentou o Haras Nova Alcateia em nota oficial.
O problema, no entanto, não está restrito a Alagoas. De acordo com dados atualizados do MAPA, já foram registradas 650 mortes de cavalos em diferentes estados do país. Outros 367 animais seguem em tratamento intensivo e 212 estão sendo monitorados por equipes clínicas.
A investigação federal continua com a coleta de amostras de rações comercializadas nacionalmente. Os materiais estão sendo analisados por laboratórios oficiais, que tentam rastrear a origem da contaminação e apurar falhas nas etapas de produção, armazenamento ou transporte do produto consumido pelos criatórios.