Um caso ocorrido na Rússia em 2020 ganhou repercussão internacional por seu desfecho inusitado — mas, longe de ser uma história cômica, envolve uma sequência de fatores trágicos, como alcoolismo, violência doméstica e negligência das autoridades locais.

Tatiana O., durante uma discussão com o marido, Aidamir O., teria se sentado sobre o rosto dele com a intenção de "acalmá-lo". O homem, que estava embriagado no momento, acabou morrendo por asfixia. Inicialmente, a morte foi tratada como um acidente doméstico. No entanto, após investigação, Tatiana foi acusada de homicídio culposo — quando não há intenção de matar.

Em 2021, ela foi condenada a dois anos de prisão em regime aberto. A decisão judicial levou em conta o contexto familiar conturbado e a ausência de intenção direta de causar a morte.

Apesar da gravidade do ocorrido, a cobertura da imprensa internacional — e em parte da brasileira — destacou o caso de forma sensacionalista, com manchetes como “Mulher mata marido com o bumbum”. No entanto, especialistas em violência de gênero alertam para o risco de trivializar episódios que revelam problemas sérios, como o abuso de álcool, agressões recorrentes e a ausência de suporte às vítimas.

O caso de Tatiana O. expõe a necessidade de uma abordagem mais responsável da mídia diante de crimes familiares e domésticos, que muitas vezes escondem anos de sofrimento e abandono institucional.