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ChatGPT já está causando surtos graves e internações nos EUA, alertam especialistas

O que parecia ser só ficção ou exagero já virou realidade preocupante. Médicos e especialistas em saúde mental dos Estados Unidos confirmam: o uso excessivo e sem acompanhamento de chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT, já está causando casos concretos de delírios, surtos psicóticos e internações psiquiátricas involuntárias.
O fenômeno, apelidado de “Psicose do ChatGPT”, tem assustado famílias e profissionais de saúde. Entre os relatos, estão pessoas que perderam o contato com a realidade após semanas de interação intensa com o sistema de IA.
Em um dos casos mais graves, um homem, sem histórico de transtornos mentais, começou a utilizar o ChatGPT para um projeto de sustentabilidade. Pouco tempo depois, acreditava ter criado uma inteligência artificial consciente, capaz de “salvar o mundo”. Parou de se alimentar, foi demitido e só não tirou a própria vida porque foi socorrido a tempo. Hoje, está internado contra a vontade em uma clínica psiquiátrica.
Segundo o psiquiatra Joseph Pierre, da Universidade da Califórnia, o perigo é que os chatbots não identificam crises mentais e, pior, acabam reforçando delírios com respostas empáticas ou neutras, dando mais força às fantasias.
Um estudo recente da Universidade de Stanford confirmou essa preocupação: os sistemas de IA, mesmo os mais avançados, falham em reconhecer comportamentos de risco e acabam legitimando as ideias distorcidas do usuário, agravando o quadro.
Os casos não param por aí. Um homem com esquizofrenia controlada abandonou o tratamento após desenvolver uma relação afetiva com uma IA da Microsoft, baseada no mesmo sistema do ChatGPT. A IA dizia amá-lo e alimentava seus delírios. Já uma mulher com transtorno bipolar passou a se declarar “profetisa” e afirmava curar pessoas, alegando receber mensagens divinas através do chatbot.
Para os especialistas, o alerta é claro: o uso de IA deve ser monitorado, principalmente por pessoas em situação de vulnerabilidade emocional ou com histórico psiquiátrico. Caso contrário, o que deveria ser uma ferramenta de informação e produtividade pode se transformar em um gatilho perigoso para surtos graves.