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Presidente Lula assina reforma do IR: isenção para até R$ 5 mil e expectativa de injeção de R$ 28 bi na economia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última semana de novembro, a reforma do Imposto de Renda (IR). A principal mudança, que começa a valer em janeiro de 2026, é a isenção do tributo para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Atualmente, o teto de isenção é de R$ 3.036 (dois salários mínimos).
A medida vai tirar da base de pagamento 10 milhões de trabalhadores, totalizando 15 milhões de isentos. Para o governo, isso representa uma renúncia fiscal de R$ 25,4 bilhões. Quem tem renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350 também terá redução no valor pago.
Declaração ainda será obrigatória em 2026
É importante destacar que,em 2026, os trabalhadores isentos ainda terão a obrigação de declarar o Imposto de Renda. A declaração feita entre março e maio daquele ano será referente aos rendimentos de 2025, período em que as regras antigas ainda valiam.
A isenção de fato no bolso começa com o salário de janeiro de 2026, pago em fevereiro, quando cessam os descontos na fonte. A dispensa da declaração anual para esse grupo dependerá de uma atualização dos critérios pela Receita Federal e, na prática, valerá apenas para quem tem um perfil financeiro muito simples, sem bens de alto valor ou outros rendimentos.
Economia no bolso e estímulo à economia
Simulações indicam que a nova regra trará economia significativa.Um trabalhador com renda de R$ 4.800, por exemplo, poderá economizar cerca de R$ 4.000 em um ano — quase um salário extra.
O governo projeta que o dinheiro que deixa de ser recolhido como imposto e permanece no bolso dos contribuintes deve injetar aproximadamente R$ 28 bilhões na economia em 2026. A expectativa é que esse aumento no poder de consumo estimule o comércio, a indústria e o setor de serviços, gerando mais empregos e renda.
Como será o financiamento da medida
Para compensar a renúncia com as faixas mais baixas,a reforma estabelece a taxação de lucros e dividendos distribuídos a partir de R$ 50 mil anuais e cria uma alíquota progressiva que pode chegar a 10% para rendimentos anuais superiores a R$ 1,2 milhão.
O presidente Lula destacou que a mudança corrige uma "injustiça tributária", fazendo com que cerca de 140 mil contribuintes de alta renda "pagando um pouco mais" possibilitem o benefício para milhões de brasileiros. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional por unanimidade.
