Notícias
Morre aos 100 anos Clara Charf, histórica militante pelos direitos humanos e viúva de Marighella
Ex-companheira de Carlos Marighella e fundadora do PT, ela dedicou sua vida à luta pela democracia e emancipação feminina
A ativista Clara Charf, uma das mais importantes figuras da esquerda brasileira, morreu nesta segunda-feira (3), em São Paulo, aos 100 anos de idade. A informação foi confirmada pela Associação Mulheres pela Paz, entidade que ela mesma fundou e presidia.
Conhecida carinhosamente como "Clarinha", ela faleceu de causas naturais. De acordo com Vera Vieira, diretora-executiva da associação, Charf estava hospitalizada há alguns dias e foi submetida à intubação.
Sua trajetória foi marcada por uma incansável luta política. Nascida em Maceió em 17 de julho de 1925, filha de judeus russos que fugiram da perseguição, ela se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) aos 21 anos e foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT).
Durante o regime militar, teve seus direitos políticos cassados em 1964 e participou da Aliança Nacional Libertadora (ALN), organização fundada por Carlos Marighella, com quem foi casada por quase 20 anos, de 1950 até o assassinato dele pela ditadura, em 1969.
Clara Charf deixa um legado como símbolo da resistência democrática e das lutas pelos direitos humanos e pela equidade de gênero no Brasil.
