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Prefeitos de Alagoas contestam estimativa populacional do IBGE e pedem revisão para evitar perdas no FPM
A divulgação da nova estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim de agosto, gerou forte reação entre prefeitos alagoanos. Os gestores afirmam que os números não refletem a realidade de seus municípios e já se mobilizam para pedir uma revisão, temendo queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de receita da maioria das cidades do estado.
Segundo o levantamento, Alagoas tem hoje 3.220.848 habitantes, crescimento de apenas 0,02% em relação a 2024 – uma das menores taxas do Brasil. Em alguns municípios, o IBGE apontou até redução populacional. Campo Alegre, por exemplo, teria perdido 156 moradores (-0,48%); Atalaia, 50 (-0,13%); Joaquim Gomes, 44 (-0,25%); e Boca da Mata, 38 (-0,18%).
Os prefeitos alegam que a queda não corresponde ao que se vê no dia a dia das cidades, que seguem enfrentando aumento de demandas em saúde, educação e assistência social.
“Não reconhecemos esses números. Nossas escolas estão cheias, os postos de saúde sobrecarregados. A população real é maior do que a que foi registrada pelo IBGE”, reclamou um dos gestores durante reunião com a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
O presidente da entidade, Marcelo Beltrão, reforçou a insatisfação e disse que já encaminhou as demandas dos prefeitos.
“A questão do FPM está diretamente ligada ao censo. Muitos municípios foram prejudicados com estimativas que não condizem com a realidade. Estamos solicitando uma revisão para que os números corretos sejam reconhecidos e os repasses não sofram cortes injustos”, declarou.
Embora a legislação tenha suavizado o impacto das perdas — que agora passam a ser escalonadas em 10% ao ano, em vez de imediatas —, a preocupação persiste. Para os prefeitos, qualquer redução representa um duro golpe nas finanças municipais.
Com a pressão dos gestores, o debate em torno da revisão dos números do IBGE deve ganhar força nas próximas semanas, colocando em pauta a sobrevivência financeira de dezenas de prefeituras alagoanas.

