A Associação Americana de Soja enviou uma carta ao ex-presidente Donald Trump pedindo que a produção agrícola seja prioridade nas negociações comerciais com a China. O documento, divulgado na terça-feira (19), alerta que as tarifas impostas no comércio entre os dois países reduziram drasticamente as compras chinesas de soja norte-americana. Como resultado, os compradores migraram para o mercado da América do Sul, principalmente o Brasil.

Dados oficiais da alfândega da China, divulgados na quarta-feira (20), confirmam a mudança. Em julho, as importações de soja brasileira pelo país asiático cresceram 13,9% em relação ao mesmo mês de 2024, somando 10,39 milhões de toneladas — o equivalente a 89% do total adquirido pela China no período. Em contrapartida, as importações de soja dos Estados Unidos caíram 11,5%, para 420,8 mil toneladas.

Na carta, os produtores destacam que a soja norte-americana enfrenta uma tarifa 20% maior do que a sul-americana. Essa diferença tem levado os compradores chineses a fecharem contratos principalmente com o Brasil. “Devido à retaliação tarifária em curso, nossos clientes de longa data na China recorreram e continuarão a recorrer aos nossos concorrentes na América do Sul”, afirmaram os produtores, acrescentando que o Brasil está pronto para atender a essa demanda devido ao aumento significativo de sua produção.