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Após morte de Preta Gil, cresce alerta sobre câncer colorretal em jovens

A morte da cantora e apresentadora Preta Gil, aos 50 anos, por complicações de um câncer colorretal, reacendeu o alerta entre médicos e especialistas sobre o avanço dessa doença entre pessoas mais jovens. O tumor foi diagnosticado quando ela tinha 48 anos — idade cada vez mais comum entre os novos casos.
Antes mais frequente em pessoas acima dos 60 anos, o câncer colorretal — que atinge o intestino grosso e o reto — tem apresentado crescimento significativo entre adultos com menos de 50 anos. Nos Estados Unidos, os diagnósticos em pacientes com menos de 55 anos dobraram entre 1995 e 2019. Como resposta, o país reduziu a idade recomendada para iniciar exames preventivos de 50 para 45 anos.
No Brasil, ainda não há uma diretriz pública específica para o rastreamento desse tipo de câncer, mas o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estuda a criação de um programa. Pesquisas mostram que a incidência vem aumentando em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais jovens. A projeção é que as mortes causadas por esse tumor cresçam nos próximos anos, especialmente se não forem adotadas políticas de prevenção.
Especialistas apontam possíveis fatores para o avanço entre os jovens: mudanças no estilo de vida, maior consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo, obesidade e até o uso excessivo de antibióticos podem estar associados ao fenômeno — embora ainda sem confirmação científica definitiva.
Hoje, os dois exames principais para detectar a doença são o teste de sangue oculto nas fezes, mais simples e barato, e a colonoscopia, mais completa, mas menos acessível. A proposta de especialistas é usar o primeiro como triagem a partir dos 45 anos, encaminhando para a colonoscopia apenas os casos com resultados alterados.
Apesar do cenário preocupante, há avanços: quando detectado precocemente, o câncer colorretal tem mais de 95% de chance de cura. Tratamentos modernos, como quimioterapia personalizada e imunoterapia, também vêm aumentando a sobrevida em casos avançados.
Os médicos recomendam que qualquer pessoa, independentemente da idade, procure atendimento ao perceber sinais como sangue nas fezes, dores abdominais persistentes, alterações no ritmo intestinal ou perda de peso sem explicação.