A relação entre o bilionário Elon Musk e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sofreu um colapso público nesta semana, gerando impactos políticos e econômicos de grandes proporções. O conflito teve início após Musk criticar duramente o novo pacote de gastos do governo norte-americano, classificando-o como uma “abominação nojenta”. A declaração gerou reação imediata de Trump, que ameaçou cortar contratos federais com as empresas de Musk, como a SpaceX e a Tesla.

Em resposta, o dono da plataforma X (antigo Twitter) apoiou abertamente a ideia de impeachment de Trump, ao endossar uma publicação que sugeria a destituição do ex-presidente. O episódio marca o rompimento definitivo entre duas figuras que, até recentemente, mantinham uma aliança estratégica. Musk, inclusive, havia contribuído com cerca de US$ 300 milhões para a campanha de reeleição de Trump e chegou a integrar o Departamento de Eficiência Governamental durante sua gestão.

Com o agravamento da tensão, Musk acusou Trump de ligações com o escândalo Jeffrey Epstein — postagens que foram posteriormente apagadas. Trump, por sua vez, declarou que o empresário “perdeu a cabeça” e ameaçou revogar subsídios públicos concedidos às empresas do bilionário.

A disputa entre os dois provocou efeitos imediatos no mercado. As ações da Tesla sofreram queda de 14,3%, o que representa uma perda de cerca de US$ 150 bilhões em valor de mercado. O impasse também mobilizou grupos de oposição. O movimento 50501, por exemplo, já organiza protestos em todos os 50 estados dos EUA, pedindo o impeachment de Trump e questionando a interferência de bilionários na política nacional.

Analistas avaliam que a crise pode fragmentar ainda mais o Partido Republicano e comprometer alianças estratégicas de olho nas próximas eleições legislativas. Há também especulações sobre a possibilidade de Musk fundar uma nova legenda, sinalização que ele próprio já mencionou nas redes sociais.

A briga entre duas das figuras mais influentes da política e da economia dos EUA lança incertezas sobre o futuro das eleições e a estabilidade das relações entre governo e grandes corporações tecnológicas.