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Lula alerta para os riscos da inteligência artificial e propõe governança global durante cerimônia na França

Durante visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de mecanismos internacionais de regulação para conter os efeitos da desinformação digital, especialmente diante do avanço da inteligência artificial (IA). O discurso ocorreu nesta sexta-feira (7), durante cerimônia na qual recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Paris 8, uma das principais instituições de ciências humanas do país.
Em sua fala, que durou mais de uma hora, Lula criticou o uso da tecnologia como ferramenta de manipulação eleitoral e política. “Estamos diante de uma revolução digital que pode tanto ampliar o acesso ao conhecimento quanto disseminar mentiras em larga escala. Imagina o que será uma campanha eleitoral com inteligência artificial? Vai ser 100% de mentira”, alertou.
O presidente ainda anunciou que o tema será pauta prioritária na próxima cúpula do Brics — grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. A proposta, segundo Lula, é evitar que o domínio das novas tecnologias fique concentrado nas mãos de poucas corporações, sem transparência nem controle público.
“Em tempos de negacionismo, o saber deve ser garantido como um bem comum. A inteligência artificial está revolucionando a forma como vivemos, aprendemos e nos protegemos. Mas a ausência de regulação das redes digitais só interessa ao extremismo e à intolerância. Por isso, vamos trabalhar pela construção de uma governança digital no âmbito do Brics”, destacou.