Notícias

Braga Netto nega envolvimento em decreto golpista e plano para matar Lula

O militar foi indiciado pela PF no inquérito que apura uma tentativa de golpe ocorrida entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que previa, entre outras medidas, o assassinato do presidente Lula

Por Correio Braziliense 08/12/2024 12h12
Braga Netto nega envolvimento em decreto golpista e plano para matar Lula
Os advogados de Braga Netto afirmaram que o cliente "não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos" - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da
Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou em comunicado, ontem, 6,
que ele "não tomou conhecimento de documento que tratou de suposto golpe
e muito menos do planejamento de assassinato de alguém".

O militar foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no
inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura uma
tentativa de golpe ocorrida entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que
previa, entre outras medidas, o assassinato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), do seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do
STF Alexandre de Moraes.


Conforme revelado pelo site ICL Notícias, o
tenente-coronel Mauro Cid, que foi assistente de ordens de Bolsonaro,
afirmou em depoimento à PF que Braga Netto entregou dinheiro vivo para
financiar o plano golpista "Punhal Verde e Amarelo" de assassinato de
autoridades a ser executado pelos Kids Pretos, um agrupamento de elite
das Forças Armadas do Brasil.


Em resposta, ontem, 6, os advogados de Braga Netto
afirmaram que o cliente "não coordenou e não aprovou plano qualquer e
nem forneceu recursos". A PF atribui ao general os crimes de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização
criminosa. Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos
chegam a 28 anos de prisão.


Braga Netto é apontado pela PF como figura central da
tentativa de golpe. Segundo o relatório do inquérito, as chamadas
"medidas coercitivas" previstas no plano Punhal Verde e Amarelo, com o
planejamento operacional para ações de Forças Especiais, foi feito para
ser apresentado ao general.

"Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a
sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de
Estado e da abolição do estado democrático de direito, inclusive na
tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento", diz a
PF.