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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista
Os advogados de Cid, entretanto, alegam que ele não confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia de plano de execução de autoridades

O tenente-coronel Mauro Cid, em oitiva ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha ciência do plano de golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes nessa quinta-feira (21/11) para esclarecer contradições entre a delação e as investigações.
Na audiência, Mauro Cid teria sido questionado pelas informações apuradas pela Polícia Federal (PF) e que motivaram operação da última terça-feira (29/11). Segundo relatório da corporação, nomes do governo Bolsonaro teriam atuado em um plano para matar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados que defendem Mauro Cid, no entanto, negam que o ex-ajudante de ordens tenha confirmado a Moraes que Bolsonaro tinha ciência ou atuou como chefe de um plano de execução de autoridades.
Mauro Cid prestrou depoimento por mais de três horas ao ministro Alexandre de Moraes no STF. Ao deixar o prédio do STF, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que Cid “deu a satisfação e complementação repetindo as mesmas coisas que ele tinha dito”. A advogada Vania Adorno Bitencourt, filha de Cezar, confirmou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da trama golpista.
Segundo o STF, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal.
Trata-se da segunda vez que Mauro Cid presta depoimentos nesta semana. Nessa terça-feira (19/11), o tenente-coronel esteve na sede da Polícia Federal, em Brasília, e depôs após os investigadores recuperarem arquivos que tinham sido deletados dos aparelhos eletrônicos do militar.