Esportes
Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistam bronze histórico
Virada considerada improvável coloca brasileiras no pódio em Tóquio
Nem o calor escaldante que estava na quadra e nem os números que falavam contra as brasileiras fizeram com que Luisa Stefani e Laura Pigossi fossem impedidas de fazer história neste sábado quando conquistaram a primeira medalha olímpica do Brasil no tênis. As duas venceram as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova por 2 sets a 1(4/6, 6/4, 11/9) com uma virada histórica no Ariake Tennis Park e conquistaram o bronze, na disputa de duplas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Começaram perdendo em um início de partida ruim, o que não causou muita surpresa, visto o histórico brasileiro nesse sentido. Mas a reação veio na segunda parcial que chegou a ter 9/5c contra no super tie-break antes de reagir de maneira épica e obter o lugar no pódio: 11/9. Foi a melhor campanha do país no tênis olímpico em todos os tempos. O mais próximo disso havia sido nos jogos de Atlanta em 1996 com Fernando Meligeni que ficou em quarto lugar.
O que torna essa vitória ainda mais sensacional é o fato de que essa vaga para os jogos de Tóquio foi conquistada em cima da hora, nó ultimo minuto da prorrogação, Laura lembrou de toda dor pela derrota na semifinal para a dupla suíça Bencic/Golubic, o que fez comemorar ainda mais essa vitória, que entrou para história.
Luisa Stefani também demonstrou o estado de excitação pela medalha conquistada de maneira emocionante "Não caiu a ficha do quanto é importante. O importante é o feeling de entrada. Entramos aos 45 do segundo tempo e viemos com o sentimento de dar tudo para representar o tênis do Brasil da melhor maneira e levar essa medalha para casa. Esse sentimento é mútuo de compartilhar esse momento especial" conta a tenista.
Laura conta que nunca deixou de acreditar no pódio e de como falou isso para sua parceira de quadra "Nunca deixamos de acreditar que podíamos. Quando recebi a ligação, falei para a Luísa que as últimas seriam as primeiras. Ela riu, mas acreditou. Já tínhamos enfrentado todas as adversárias e sabíamos que era possível. A derrota na semifinal foi muito dolorida, parecia que tinham enfiado uma faca no meu peito. Ainda bem que tivemos um dia para descansar. Tivemos um jogo difícil contra as russas. A Lu teve um ano incrível e queria dar isso para ela, joguei muito por ela, que está levando o tênis do Brasil para outro patamar" comemora.
Susto e Virada épica
Após um jogo cheio de reviravoltas, com a Russas mostrando superioridade na maioria do game e a dupla brasileira cometendo alguns erros que quase custaram a medalha, mas a reação brasileira veio forte. Perderam o primeiro set, num game que foi de certa forma fácil para a européias, mas como todo brasileiro que não desiste nunca, as brasileiras viraram a mesa e venceram o segundo set.
A definição ficou para o super tie-break. As russas largaram na frente (1/0), mas logo o Brasil empatou (1/1). Uma dupla falta de Laura recolocou as europeias na dianteira (2/1). E em seguida elas ampliaram o marcador para 3/1, com um voleio de Kudermetova, e chegaram a 4/1. A situação se complicou de vez quando Vesnina e Kudermetova fizeram 5/1. Um bom voleio de Luisa reduziu o déficit para 5/2. Na sequência, Laura errou uma devolução simples (6/2) e Kudermetova deu uma passada linda para fazer (7/2).
As brasileiras marcaram três pontos seguidos e voltaram a encostar (7/5). Mas um ace de Vesnina e um voleio errado de Luisa deram quatro match points para as russas. Em uma reação incrível, a dupla nacional buscou uma reação e empatou tudo em 9 a 9. Em um ponto com defesas fantásticas, viraram para 10 a 9 e tiveram o match point. Que não desperdiçaram para entrar para a história.