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Crimes do Maníaco do Parque serão tema de livros, filme e documentário

Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, estuprou e matou, ao menos, sete mulheres no Parque do Estado, em São Paulo

Por Metrópoles 30/09/2024 18h06
Crimes do Maníaco do Parque serão tema de livros, filme e documentário
Francisco de Assis - Foto: Reprodução

Mesmo no meio de discussões sobre os limites éticos em produções de true crime, filmes, séries e livros ganham cada vez mais espaço no Brasil e no mundo. Depois do gigantesco sucesso de Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, da Max,
streamings passaram a investir em histórias reais de crimes que tomaram
o país. E um deles entrou em foco neste ano: o midiático Maníaco do
Parque.

Francisco de Assis Pereira estuprou e matou, ao menos, sete mulheres no Parque do
Estado, em São Paulo. Ele foi condenado por crimes de estupro,
estelionato, atentado violento ao pudor e homicídio a mais de 260 anos
de cadeia.

Neste ano, Francisco de Assis tem sua história explorada em dois livros,
um filme e um documentário, ambos no streaming. Famoso por abordar true
crimes na literatura, o jornalista Ullisses Campbell lança a biografia
não autorizada Francisco de Assis, O Maníaco do Parque, pela Matrix
Editora.

Já a autora Simone Lopes Bravo faz sua estreia na obra Maníaco do
Parque – a Loucura Lúcida, da editora Del Rey. Por fim, a Amazon Prime
Video investe no filme e no documentário Maníaco do Parque. O primeiro
terá Silvero Pereira como protagonista e chega ao catálogo em 18 de outubro.

Em conversa com o Metrópoles, Ullisses Campbell
comentou sobre os laudos psiquiátricos de Francisco de Assis. O teste de
Rorschach, que fornece informações valiosas sobre a dinâmica
psicológica e os traços de populações forenses, por exemplo, apontaram que o Maníaco desejava, na verdade, ser uma mulher — o que explicava os ataques.

“O Maníaco verbalizou que, no fundo, ele queria ser uma mulher e,
como ele não conseguia, ele começou a atacar as mulheres que tinham o
perfil que ele desejava ser. Branca, baixinha, dos cabelos
encaracolados. Ele resolveu matar essas mulheres porque essas mulheres
estavam ocupando os lugares que eram dele”, apontou o jornalista.

Vale lembrar que Francisco foi condenado pelo assassinato de sete mulheres, mas confessou 11 assassinatos e 23 ataques.

Capa da biografia de Francisco de Assis – Maníaco do Parque
Capa da biografia de Francisco de Assis – Maníaco do Parque


Por que o foco no Maníaco do Parque?

Mas o que explica tamanho foco na história de Francisco de Assis, 26
anos após sua condenação? Simone, responsável pelo outro livro do
Maníaco do Parque, opina: “Penso que é porque vai haver em breve, em
2028, a sua reavaliação (psiquiátrica/ psicológica) pelo sistema, por já
cumprir a pena máxima de reclusão, de 30 anos. Foi tudo uma grande
coincidência.”

Embora tenha sido condenado a mais de 260 anos de prisão, a
legislação brasileira da época não permitia que uma pessoa passasse mais
do que 30 anos na cadeia. Por isso, é esperado que Francisco seja solto
por volta de 2028.

Em A Loucura Lúcida, Simone Bravo traz, entre outros pontos, uma
carta escrita a mão pelo próprio Francisco. A autora o visitou mais de
10 vezes na Penitenciária de Iaras, no interior do estado de São Paulo.

“Não tenho a pretensão de passar qualquer ‘impressão’ do
Francisco aos leitores. Sinceramente, acho que como se trata de um livro
de fácil leitura, vai abranger vários tipos: o cidadão comum com
curiosidade sobre o tema; a comunidade científica; médicos da área
psicólogos, assistentes sociais, polícia penal, magistrados, etc. Ou
seja, cada um vai tirar sua própria conclusão. Espero que sirva para a
reflexão também”, finalizou.