Gisele Ferrer

Psicanalista e Consultora Comportamental.
 Lapidando a Autoestima de Mulheres Incríveis

Seja Gentil

O valor de ser genuinamente humano.

06/01/2025 13h01
Seja Gentil
Img - Foto: Reprodução

Quanto custa elogiar uma comida que alguém preparou, uma gentileza que fez, ou qualquer gesto que você tenha gostado?

Não um elogio curto, básico, sem alma, mas aquele elogio estruturado, que demonstra atenção e genuína apreciação.

Já ouvi alguém dizer:
"Se eu elogiar, a pessoa vai 'ficar se achando' e aí não vai melhorar."
Também ouvi:
"Ela já sabe que gosto disso, então pra quê falar?"
Essas frases revelam uma economia de gentileza que, muitas vezes, é contraditória. Repare: raramente economizamos no mau humor ou na crítica. Essa última, então, vem a galope, dura, áspera, sem qualquer filtro. Mas por que somos tão generosos no julgamento e tão mesquinhos no afeto?
Ontem, em um restaurante maravilhoso, perguntei ao garçom:
"Quem fez esse prato absurdamente impecável?"
Ele chamou a chef, que veio à mesa com um sorriso radiante. Bastou essa troca para transformar uma refeição especial em uma memória inesquecível. E isso me fez refletir: o poder de um elogio genuíno vai muito além do momento. Ele gera conexões, inspira e deixa marcas duradouras.

Mas não estou falando apenas de comida ou de gentilezas para desconhecidos. Falo do ato como um todo, de ser gentil em todas as esferas.

Não custa nada reconhecer o esforço de quem nos rodeia. Não custa elogiar o café bem feito, agradecer a paciência de alguém, levar um bombom de presente, abraçar com verdade e olhos fechados aqueles que amamos. Em tempos de relações frágeis e impessoais, quem oferece afeto e cuidado se destaca. Em terra de relações vazias, quem tem afeto é rei.
E, por mais que haja quem tema decepcionar-se, é preciso lembrar: afeto não se gasta. Somos fontes inesgotáveis de amor, ternura e esperança. A gentileza nunca é um desperdício; ela é uma semente, que pode brotar no coração de quem a recebe ou até mesmo em quem a pratica.

Um estudo publicado na revista Emotion pela Universidade de Berkeley mostrou que a prática de expressar gratidão e gentileza não apenas fortalece relações interpessoais, mas também reduz níveis de ansiedade e estresse. Demonstrar apreço ativa áreas do cérebro ligadas à recompensa, criando um ciclo positivo de bem-estar emocional.
Então, por que economizar ternura e generosidade? Não estamos livres de decepções, é verdade. Mas evitar amar, elogiar ou cuidar por medo de errar é viver pela metade. E se der certo?

Demonstre amor. Mostre que se importa. Seja a diferença na vida de alguém – e, principalmente, na sua.

Feliz 2025! Que seja um ano de mais carinho, mais gentileza e mais conexão.

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